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Dezembro vermelho: linha do tempo da história do HIV

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História do HIV no Brasil em uma linha do tempo:

 

1976 – Morreu o marinheiro e caminhoneiro Arne Vidar Roed de causas desconhecidas e dez anos após sua morte o diagnóstico de AIDS foi realizado. O seu caso foi o primeiro confirmado de HIV contraído na Europa muito embora a doença não tenha sido identificada na época de sua morte. A sua esposa e filha mais nova foram infectadas e ambas, faleceram.

  • Após sua morte, uma ampla rede de pesquisas conduzidas levantaram a hipótese de que Roed tenha contraído HIV em Camarões em 1961 ou 1962, onde se sabe que ele era sexualmente ativo com muitas mulheres locais, inclusive com profissionais do sexo. Ele foi infectado com o HIV-1 do grupo O e transmitiu a infecção para várias mulheres das aldeias locais.

 

1977-1978

  • A médica cirurgiã e pesquisadora dinamarquesa Margrethe P. Rask foi a primeira pessoa a morrer de AIDS, em 12 de dezembro de 1977. A hipótese é que ela tenha se infectado em 1964 quando esteve no continente africano. A teoria é que ela tenha entrado em contato com sangue contaminado com o vírus durante os procedimentos médicos e veio a falecer, sendo considerada uma das primeiras pessoas não africana a morrer pelo vírus HIV.
  • São descobertos e registrados os primeiros casos definidos como aids nos EUA, Haiti e África Central, em 1982, quando se classificou a nova síndrome.

1980-Iniciou pandemia do HIV   

1980-No Brasil, o Hospital Emílio Ribas-SP registra o primeiro caso da doença. E dois anos após foi classificado como AIDS.

1981-A doença começou a chamar a atenção quando o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC) que publicou um relatório sobre a morte de cinco homens por pneumonia.

1982- São registrados no Brasil casos de Aids por transfusão sanguínea em hemofílicos .

  • A doença é classificada com AIDS

1983-O Brasil notifica a infecção por HIV em criança. 

  • A Aids é diagnosticada em mulheres heterossexuais.  E são registrados casos de  contaminação de profissionais de saúde.

 1984- O  vírus HIV é isolado nos Estados Unidos e inicia a disputa com pesquisadores franceses pela autoria da descoberta.

  • Estruturação do primeiro programa brasileiro para o controle da Aids pela Secretaria da Saúde-SP.
  • Faleceu o canadense e comissário de bordo Gaëtan Dugas. Ele se tornou célebre por ter sido erroneamente identificado como possível “paciente zero” para a entrada da AIDS/SIDA nos EUA. Em 2016 um novo estudo veio a inocentar Gaëtan. Uma pesquisa publicada na revista científica Nature mostrou que o vírus chegara aos EUA alguns anos antes de Dugas e que ele era apenas mais uma das milhares de pessoas infectadas na década de 1970.
  • Morreu o filósofo francês Michel Foucault e foi a primeira figura pública francesa a morrer por causa da AIDS.

1985- O vírus é denominado Human Immunodeficiency Virus (HIV) e surge o primeiro teste diagnóstico (detecção de anticorpos) .

1986-No Brasil temos a criação do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde.

1987- Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz isolam o HIV-1 pela primeira vez na América Latina.

  • Foi iniciada a administração do AZT para o tratamento da Aids. 

1988- 1° de dezembro como Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

1989-O ator brasileiro e galã de novela Lauro Corona morreu em 1989, aos 32 anos, depois de nove dias internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. A sua morte causou grande comoção nacional.

1990-Cazuza morreu com AIDS aos 32 anos.

  • Mais de 6 mil casos de Aids são registrados no país.

1991- O Ministério da Saúde deu início à distribuição gratuita de antirretrovirais. 

  • 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo.
  • Novo medicamento: didanosina (ddl) é aprovado nos Estados Unidos.
  • A fita vermelha torna-se o símbolo mundial de luta contra a Aids.
  • O lendário Freddie Mercury, cantor da banda Queen, morreu aos 45 anos, um dia depois de revelar publicamente que era soropositivo.
  • Em meio a lágrimas dos repórteres veteranos, Earvin “Magic” Johnson falou para o mundo: “Vou ter que me aposentar do Lakers porque contraí o vírus HIV”, afirma. O astro do basquete tinha 32 anos quando proferiu essa frase, com voz firme, em 7 de novembro de 1991. Em seguida, acrescentou que não tinha Aids, mas apenas o HIV, o que havia sido confirmado pelo Dr. Michael Mellman pouco antes da coletiva de imprensa. Magic Jhoson mostrou a mundo que não somente os homossexuais e usuários de droga poderiam contrair a doença e desde então, se tornou um ativista da causa na luta contra o HIV. Ainda em 1991, o astro do basquete criou a Fundação Magic Johnson, que apoia financeiramente grupos e campanhas contra a Aids. E ele nunca se cansou de engajar ações para afetados e para aumentar a conscientização sobre a doença. E hoje convive com o HIV e está indetectável há anos e segue uma vida brilhante de realizações e luta.

1992-A Aids passa a integrar o código internacional de doenças e os procedimentos necessários ao tratamento da infecção são incluídos na tabela do SUS. 

  • O ator e astro de Psicose (1960), Anthony Perkins, que interpretou o psicótico Norman Bates, morreu em 1992 por complicações da Aids.
  • A combinação entre AZT + ddi inaugura o “coquetel  anti-aids”.

1993-O AZT começa a ser produzido no Brasil.

  • Implantação da Rede Nacional de Isolamento do HIV-1 no Brasil.

1994-Morreu de complicações da AIDS a atriz brasileira Cláudia Magno.

  • Wagner Bello ficou conhecido na TV brasileira no papel do extraterrestre Etevaldo do Castelo Rá-Tim-Bum. O ator faleceu de complicação da AIDS antes de gravar aquela que seria a última aparição de Etevaldo no programa.

1995- Surgem os medicamentos inibidores de protease (saquinavir).

1996-Primeiro consenso em terapia antirretroviral regulamenta a prescrição de medicamentos anti-HIV.

  • O inesquecível cantor Renato Russo morreu devido às complicações causadas pela Aids em 1996, na época com 36 anos, faltando apenas 1 dia para o aniversário da banda Legião Urbana. Renato era portador da doença desde 1989, mas nunca assumiu publicamente. Amigos do cantor afirmam que ele contraiu a doença após se envolver com um rapaz que conheceu em Nova Iorque, portador da doença, no mesmo ano.
  • Implantação do esquema tríplice de tratamento que combinava dois inibidores de transcriptase reversa e um de protease.
  • A Lei 9.313 estabelece a distribuição gratuita de medicamentos aos portadores de HIV. Com mais de 22 mil casos de Aids, o Brasil registra feminização, interiorização e pauperização da epidemia.
  • Caio Fernando Abreu foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, que morreu aos 47 anos, dois anos após ser diagnosticado como portador da AIDS.

1997-Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes soropositivos em terapia antirretroviral.

  • Morre o Herbert de Souza, o Betinho. Ele contraiu HIV e hepatite C por conta de transfusões de sangue para tratamento da hemofilia.

1998-  A Lei 9.656 define como obrigatória a cobertura de despesas hospitalares das pessoas com Aids pelos seguros-saúde privados, sem assegurar despesas com a terapia antirretroviral.

1999-O Ministério da Saúde disponibiliza 13 medicamentos antirretrovirais. As mortes reduzem em 50% e em 80% nas infecções oportunistas.

2000-A proporção de casos de Aids notificados é de uma mulher para cada dois homens.

  • O primeiro antirretroviral coformulado da classe inibidor de protease, o Kaletra© (lopinavir+ ritonavir) foi aprovado para tratamento do HIV.
  • Morreu a atriz Sandra Bréa e chocou a todos ao revelar que contraíra o HIV em 1993. A  partir daí, ela dedicou o resto da sua vida à luta contra o preconceito

2001- Ocorre a implantação da Rede Nacional de Genotipagem do HIV-1 do Ministério da Saúde. 

  • Aprovação da Lei 10.205, que regulamenta a coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados e proíbe o comércio destes materiais no Brasil. 

2003-O Programa Brasileiro de DST/Aids recebe prêmio de US$ 1 milhão da Fundação Bill & Melinda Gates em reconhecimento às ações de prevenção e assistência no país, que abriga 150 mil pacientes em tratamento.

2004- No Brasil são registrados 360 mil casos de Aids. O Dia Mundial de Luta contra a Aids aborda a feminização da epidemia.

2007-O inibidor de protease darunavir foi aprovado para tratamento do HIV e até hoje é um droga extremamente importante no tratamento pela sua alta barreira genética.

2008- O teste para detecção do HIV em 15 minutos foi finalmente nacionalizado. A partir daí, a Fiocruz passou a produzi-lo a quase metade do preço anterior.

  • O número de casos no Brasil já atingia a marca de meio milhão.

2009- O antirretroviral efavirez passa a ser produzido pela Fiocruz.

2010- A mortalidade pela doença diminuiu em 33%. Foi realizada primeira campanha de carnaval voltada ao combate a AIDS, estimulando tanto o uso de preservativos e a realização de teste.

2011- O Brasil passa a produzir o antirretroviral tenofovir.

2013- O Brasil passou a tratar todas as pessoas vivendo com HIV. Antes, o tratamento era somente iniciado quando o paciente apresentava um determinado número de linfócitos T-CD4. E assim, o paciente em uso regular e diário da terapia antirretroviral apresentou uma melhor qualidade e expectativa de vida, pois, o vírus fica indetectável no sangue.

  • No Rio Grande do Sul iniciou o projeto de estudo da PREP com uma projeção de revolucionar o combate ao HIV.
  • Inclusão dos antirretrovirais tipranavir e do maraviroque na rede públicas.

2015- O ator Charlie Scheen reveleu que ser portador do HIV desde 2011 e estava em tratamento regular desde o início do diagnóstico e se encontrava indectável.

2016- O inibidor de integrase, dolutegravir, chegou ao Brasil e foi introduzido no SUS.

2017- Os autotestes para o HIV são liberados para serem realizados em farmácias e drogarias no Brasil.

  • A PREP é iniciada no SUS por um novo protocolo e as medicações disponíveis é o tenofovir 300mg+entricitabina 200mg ( com a formulação em comprimido único).

2018-E as mudanças no protocolo brasileiro de tratamento do HIV/AIDS estabeleceu o esquema principal de TARV com tenofovir 300mg + lamivudina 300mg + dolutegravir 50mg (TDF+3TC+DTG) como esquema de tratamento inicial com boa barreira genética, excelente tolerabilidade e poucos efeitos colaterais.

2021-O antirretroviral darunavir 800mg + ritonavir 100mg (inibidores de protease) chega no SUS. No Brasil havia apenas a formulação do darunavir 600mg para ser tomado de 12/12h (junto com ritonavir 100mg). A formulação do darunavir 800mg (tomado junto com outro comprimido de ritonavir 100mg) se tornou uma opção excelente no caso de falha virológica ao primeiro esquema (TDF+3TC+DTG) e podendo ser tomado uma vez ao dia em associação aos outros antirretrovirais, dependendo de cada esquema de tratamento.

2023-O antirretroviral em formulação como pílula única é iniciado no SUS: o Dovato® (lamivudina 300mg+dolutegravir 50mg) que já tinha sido aprovado pela ANVISA em 2021. É um esquema de tratamento eficaz com terapia dupla em um único tomado por dia. Até então, no Brasil, o único comprimido coformulado era com tenofovir+lamivudina+efavirenz.

2024-Medicações novas que ainda não chegaram no Brasil e são muito promissoras para PREP como Cabotegravir e o Lenacapavir, ambos injetáveis, o primeiro administrado a cada 2 mese e o segundo, a cada seis meses.

  • Foi aprovado no SUS o antirretroviral Fostenvavir (inibidor de ligação) para tratamento de paciente com HIV em falha virológica com múltipos esquemas e o protocolo de prescrição foi liberado recentemente.

Os estudos de cura e vacina seguem em constante pesquisa e aguardamos por novas respostas com base na ciência, no respeito ao ser humano e na transparência de nossa ações e pensamentos.

“A prevenção é um ato de amor. Informe-se e proteja-se!”
“A saúde começa com você. Cuide-se!”
“Preconceito não salva vidas, mas a informação salva.”

 

 

 

 

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